O Brasil tem visto um aumento expressivo de casos de Covid-19 e de gripe, impulsionado pelo avanço da variante ômicron e pela epidemia de influenza A H3N2, que já se alastrou por diversos estados. Isso tem levado ao afastamento de milhares de profissionais de saúde de suas funções, infectados pela Covid-19 ou pela influenza em várias regiões do país.
Consequentemente, as equipes na linha de frente estão sobrecarregadas. Entre os profissionais afastados estão médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, maqueiros e recepcionistas.
Para lidar com a sobrecarga, a Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) enviou um ofício ao ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, pedindo que o período de afastamento concedido a profissionais da saúde infectados com o coronavírus seja limitado a cinco dias.
A medida, afirma a entidade, possibilitaria a antecipação do retorno desses profissionais à linha de frente do combate à pandemia e valeria tanto para aqueles que apresentam sintomas da Covid-19 quanto para os assintomáticos.
No documento, que foi enviado a Onyx na sexta-feira (7), a CNSaúde afirma que o setor não conta com uma regulamentação nesse sentido e ainda depende de notas técnicas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que propõe dez dias de afastamento para trabalhadores contaminados.
A confederação brasileira cita orientação do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), que reduziu o isolamento para assintomáticos com Covid de dez para cinco dias. “As pessoas que testarem positivo devem ser isoladas por cinco dias e, se assintomáticas nessa época, elas podem deixar o isolamento se puderem continuar a usar máscara por mais cinco dias para minimizar o risco de infectar outras pessoas”, afirma a CNSaúde em ofício, endossando o CDC.
O ofício da CNSaúde ainda sugere que não precisam ser afastados “profissionais sem sintomas sugestivos de Covid-19, mesmo com exposições de alto risco (contactante), quando forem totalmente vacinados (3ª dose) ou que já tenham tido Covid-19 nos últimos 90 dias”.
Na segunda-feira (10), o Ministério da Saúde decidiu reduzir o tempo de isolamento de pessoas com Covid no Brasil. A recomendação agora é de um período de reclusão de sete a dez dias para pessoas que apresentem sintomas e, para os assintomáticos, de cinco a sete dias.
Segundo a nova norma do Ministério da Saúde, não é necessário testar para sair do isolamento após o sétimo dia.
“Fica claro que podemos ter um retorno desses profissionais [de saúde] mais cedo e com segurança à linha de frente, permitindo assim continuar atendendo com qualidade à demanda, que permanece alta”, afirma o presidente da CNSaúde, Breno Monteiro.
Fontes: UOL/ Estadão